quarta-feira, 18 de maio de 2011

PACIENTE JJ

ENTREVISTA – INFORMAÇÕES COLHIDAS:

A criança foi diagnosticada por um especialista como autista, não estabelece diálogo coerente e psiquismo fraco, apresentando alterações na interação social, na comunicação e no comportamento.

COMENTÁRIOS:

O acompanhamento psicopedagógico ao paciente teve seu início aos doze dias de agosto de 2009, totalizando vinte e três sessões psicopedagógicas, nas quais foram desenvolvidas atividades de psicomotricidade, adaptação ao ambiente educativo, atenção, percepção, músicas infantis, texturas diferentes, memorização espacial e temporal, socialização, terapia familiar, dentre outras atividades psicopedagógicas e psicoterapêuticas. Não foi possível realizar nenhuma das provas piagetianas por conta do déficit de atenção, da falta de concentração da criança. O paciente leva objetos a boca com muita freqüência.Apresenta muita dificuldade de adaptação social e muita dependência. Em alguns momentos demonstra-se muito impaciente e com distúrbios comportamentais. Não consegue adquirir habilidades para a utilização adequado dos materiais escolares. Na maioria das atividades psicopedagógicas realizadas, a criança não demonstrou ação simbólica diante de objetos ou brinquedos, nem dos materiais escolares. Há ausência de linguagem verbal para expressar qualquer intenção comunicativa. O diagnóstico e a intervenção psicopedagógica vem acontecendo na clínica.

DIAGNÓSTICO CLÍNICO:

1. Apresenta déficit de atenção;

2. Não apresenta a capacidade de atenção e concentração em atividades propostas;

3. Falta de ação simbólica ou imaginária diante de objetos ou brinquedos;

4. Ausência da linguagem verbal para a comunicação social, havendo apenas a intenção para a comunicação através da expressão facial, gestos e postura corporal que nem sempre é compreendida pelo adulto;

5. Ausência de ações variadas, espontâneas e imaginárias ou ações de imitação social apropriadas para o nível de desenvolvimento;

6. Padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, tais como: hábitos motores estereotipados e repetitivos como a agitação ou torção das mãos ou dedos, ou movimentos corporais complexos; obsessão por partes de objetos.

CONCLUSÃO:

O indivíduo autista pode ser tratado e desenvolver suas habilidades de uma forma muito mais intensiva do que outra pessoa que não tenha o diagnóstico e então assemelhar-se muito a essa pessoa em alguns aspectos de seu comportamento, mas sempre existirá sua dificuldade nas áreas caracteristicamente atingidas pela síndrome, como comunicação, interação social, etc. De acordo com o grau de comprometimento, a possibilidade de o autista desenvolver comunicação verbal, integração social, alfabetização e outras habilidades relacionadas dependerá da intensidade e adequação do tratamento. Mas é intrínseco à sua condição de autista que ele tenha maior dificuldade nestas áreas do que uma pessoa dita “normal”. No entanto, superar a barreira que isola o indivíduo autista do “nosso mundo” não é um trabalho impossível. Apesar de manter suas dificuldades, o indivíduo autista, dependendo do grau de comprometimento, pode aprender os padrões “normais” de comportamento, exercitar sua cidadania, adquirir conhecimento e integrar-se de maneira bastante satisfatória à sociedade. Diante do que foi exposto, afirmo que a criança necessita ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar que possa continuar trabalhando toda essa problemática por tempo indeterminado. Nas últimas semanas o paciente vem apresentando um progresso considerável, por isso aconselho que haja acompanhamento de profissionais especializados

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